quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Paris au Printemps


Em finais de 1989, com a colocação no mercado de parte do catálogo na colectânea Sound and Vision, Bowie anunciou uma tournée onde tocaria, pela última vez, os clássicos da sua carreira dedicando-se, a partir daí, ao projecto de inspiração duvidosa, Tin Machine. O alinhamento dos concertos seria composto pelos referidos clássicos e por cinco temas escolhidos, via telefone, pelo público de cada uma das cidades em que se realizavam os espectáculos.

Se isso se realizou ou foi apenas folclore, ninguém sabe. No entanto, ficou famoso o golpe publicitário do New Musical Express, que iniciou uma campanha para levar The Laughing Gnome ao alinhamento dos espectáculos londrinos, "obrigando" Bowie a tocar uma das músicas mais embaraçosas da sua carreira, o que não viria a acontecer.

O bootleg Paris Au Printemps é o mais famoso testemunho desta tournée, possuindo uma qualidade sonora bastante aceitável (registo soundboard - SBD), sendo uma boa memória para todos os que estiveram no Estádio de Alvalade, no fim de tarde de 14 de Setembro de 1990, dada a semelhança do alinhamento dos dois espectáculos.

David Bowie
Paris au Printemps (2 cd) - 3 Apr 1990

SBD

Disc 1
1. Beethoven's #9 Symphony
2. Space Oddity
3. Changes
4. TVC15
5. Rebel Rebel
6. Golden Years
7. Be My Wife
8. Ashes To Ashes
9. John, I'm Only Dancing
10. Fashion
11. Life On Mars
12. Blue Jean
13. Let's Dance
14. Stay
15. China Girl

Disc 2
1. Ziggy Stardust
2. Sound and Vision
3. Station To Station
4. Moon Of Alabama
5. Young Americans
6. Panic In Detroit
7. Suffragette City
8. Fame
9. Heroes
10. Pretty Pink Rose
11. Queen Bitch
12. Jean Genie

sábado, 16 de outubro de 2010

Prince e Miles Davis






















Bootleg. Crucial. A foto apresenta a capa de uma edição de Crucial, vulgarmente apresentado como a única gravação de Prince com Miles Davis. Aparentemente, a colaboração entre os dois estaria prevista para ser incluída em Tutu, de Miles, e num LP de Prince. Nunca aconteceu. Fontes seguras garantem que Crucial é uma fraude e que o H Man, apresentado na faixa de abertura não é Miles. A verdadeira colaboração entre os dois terá ocorrido num concerto privado, registado na mansão de Prince em Paisley Park, no Minneapolis, no último dia do ano de 1987. Ã cópia que possuo não tem dados de origem, mas a qualidade é muito aceitável. O alinhamento é o seguinte:
01: Hot Thing
02: If I Was Your Girlfriend
03: Let's Go Crazy
04: When Doves Cry
05: Purple Rain
06: 1999
07: U Got That Look
08: It's Gonna Be a Beautiful Night > Six > Miles solo > Housequake >
Chain of Fools > Cold Sweat > Take the A Train > Housequake >
Funky Man > Land of 1000 Dances > Piano jam > Alphabet Sweat >
Cold Sweat > Float Like a Butterfly, Sting Like a Bee > Housequake >
It's Gonna Be a Beautiful Night

Como está indicado, Miles apenas apareceu, num breve solo, durante a última faixa, It's Gonna Be A Beautiful Night.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Radio Cramps : The Purple KNIF Show


The Purple KNIF Show regista uma sessão para uma rádio de Hollywood apresentada por Lux Interior dos The Cramps. O programa foi transmitido em Julho de 1984 e foi comercializado sob a forma de duplo LP em França, e rapidamente se tornou num raro objecto de colecção. Actualmente pode ser adquirido, em CD, através da Amazon ou numa loja com um bom catálogo de importação.

Ao longo de uma hora, Lux apresenta vários clássicos do rock'n'roll e rockabilly, velhos temas do rock de garagem como Louie Louie, pelos The Swamp Rats, Jack The Ripper, pelos The One Way Streets, ou The Addams' Family Theme, por Vic Mizzy. Por aqui aparecem também nomes grandes do Garage Rock, que inspiraram o som dos The Cramps, como os Trashmen ou Link Wray (que recentemente voltou à actividade).

Mas o melhor da festa não é a música, mas sim a forma como Lux apresenta o programa, com uma locução anárquica e uma voz cavernosa, distorcida pelo feedback e reverberação, como que saído de um filme gore dos anos 50, uma espécie de Wolfman Jack sob o efeito de ácidos.

A qualidade do som não e a melhor, mas é um disco imprescindível para quem quiser perceber a origem do som The Cramps, ou para quem ainda pensa que os anos 50 eram o Elvis e o Bill Haley.

Infelizmente, quem colocou o disco no Youtube, mutilou-o completamente, retirando a parte da locução e mantendo apenas as canções, no fundo alterando toda a estrutura da emissão. Fica aqui a primeira parte, onde é possível ouvir a introdução.