domingo, 14 de outubro de 2012

1977 - Top 10+

1977: Tudo corre mal. O Punk estoura em Inglaterra mas esquecem-se de me avisar. Algumas más companhias (só podia ser) levam-me a coleccionar monumentais montes de esterco. Dos Stones mid-70s aos Barclay James Harvest, dos Triunvirat aos Queen, durante 3 anos vou acumular apocalípticas quantidades de lixo. Nem tudo vai ser mau. É uma época onde vou encontrar Springsteen, Lou Reed e Dr. Feelgood. Se ninguém descobrir, tenho a reputação intacta.

Lá fora chovem novidades. A fonte de música nova parece inesgotável. Inúmeras bandas editam os seus primeiros trabalhos, cada um melhor que o outro. O Top 10 podia bem ser preenchido apenas com caloiros, mas alguns veteranos insistem em editar excelentes álbuns, mantendo enorme coerência no trabalho até aqui apresentado.
Bowie edita Low e Heroes, os dois primeiros capítulos da trilogia de Berlim. O segundo, por ser mais convencional e uma continuidade de Low, ficou de fora. Mas é injusto. Low, com o seminal lado B, vai marcar gerações de novos músicos que chafurdam na pop electrónica. Para o bem e para o mal. O inner circle de Bowie também está bem representado com Eno a apresentar o seu álbum mais introspectivo (contagiado pelas sessões de Low?) e Iggy a assinar a sua obra-prima. Apesar do brilhantismo dos álbuns estreia dos Television e Suicide, o ano pertence ao Punk britânico. Chovem discos, cada um melhor que o outro, e tudo leva com o carimbo Punk em cima. Mesmo quando essa catalogação se torna muito discutível. O disco do ano é, obviamente, Never Mind The Bollocks. A facção neo-chique prefere o primeiro disco dos Clash. A discussão fica para os académicos da coisa. A cunha do ano é metida pelos Stranglers. O disco talvez não mereça estar no Top10 do ano, mas este é o meu Top10 e eu é que mando. A idade mais entradota dos músicos, aqueles teclados prog e a atitude go fuck yourself da banda irritou meio mundo, mas os 6 albuns editados entre 77 e 81 revelaram uma banda com uma identidade muito própria, que sabia bem para onde ia e que estava nas tintas para os efeitos secundários.

Low (David Bowie)
Never Mind The Bollocks (Sex Pistols)
Rattus Norvegicus (The Stranglers)
Before And After Science (Brian Eno)
The Idiot (Iggy Pop)
Marquee Moon (Television)
Trans Europe Express (Kraftwerk)
Rocket To Russia (Ramones)
Suicide (Suicide)
The Clash (The Clash)

Ficaram de fora:
My Aim Is True (Elvis Costello)
In The City (The Jam)
77 (Talking Heads)
Exodus (Bob Marley and The Wailers)
New Boots And Panties (Ian Dury)

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