1972, enquanto eu passeava na baixa portuense, após mais uma visita ao ortopedista, com umas botas que, anos mais tarde, viriam a ser incluídas numa adenda à Convenção de Genebra, Bowie e a tropa glam apresentavam ao mundo plataformas de metro e meio, make-up exageradíssimo e roupas capazes de fazer corar o António Variações. E música. A melhor música do planeta.
Se o album estreia dos Roxy Music é o disco do ano, 1972 pertence a David Bowie. Hunky Dory já tinha sido um grande disco, a primeira obra-prima, mas ninguém conseguiria antecipar o monumental sucesso de Ziggy Stardust, o disco e o personagem que marcariam os dois anos seguintes da carreira de David. Os Roxy Music apanharam boleia e ultrapassaram Bowie pela direita alta e neo-chique. Mas o ponto alto do ano de David é a recuperação de Lou Reed, morto e esquecido desde o abandono dos Velvet Underground. Transformer, o disco que mais vezes ouvi, é o grande regresso e o disco mais importante da carreira de Lou, pós-Velvet.
Obviamente que só apanhei estes discos alguns anos depois. O primeiro deve ter sido Talking Book de Stevie Wonder, por volta de 75 ou 76. Acabei por rapinar todos os discos de Wonder da década, excepção feita a Secret Life Of Plants, que acho um bocado maçador. Hotter Than July tinha umas cançõezitas trauteáveis e o que se seguiu não pode nem deve ser aqui mencionado.
Harvest (Neil Young)
Exile On Main Street (The Rolling Stones)
Ziggy Stardust (David Bowie)
Transformer (Lou Reed)
Foxtrot (Genesis)
Catch A Fire (Bob Marley)
Can't Buy A Thrill (Steely Dan)
Talking Book (Stevie Wonder)
Close To The Edge (Yes)
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