Leio e concluo (salvo melhor opinião):
"...tendo em conta os resultados eleitorais" (o seu conjunto, os seus matizes) não é o mesmo que "... tendo em conta o resultado eleitoral" (quem ganha e, por defeito, quem perde).
As palavras são uma chatice: têm o defeito de definir, delimitar, positivar. Exactamente como o bom senso.
Defender, por isso, o direito a que se constitua, no quadro da representação parlamentar resultante das eleições de Outubro, é o mesmo que defender a liberdade de expressão: nesta defendemos o direito de todos e cada uma a dizer tudo o que se lhe ofereça e não apenas o que nos agrada. Naquela, defendo esse direito por muito que o governo daí resultante me agrade ou não.
A Constituição é a lei fundamental do regime saído da Revolução de Abril. A tradição (os usos, os costumes) é uma fonte subsidiária da lei, por isso a discussão da nomeação de um governo assente na tradição (esquecendo o texto da lei constitucional) não é sequer séria.
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