domingo, 12 de setembro de 2010

Li e Gostei - Benjamim, Chico Buarque


Depois do extraordinário "Leite Derramado", voltei a aventurar-me por terras buarqueanas e não me arrependi. Benjamim é um grande livro. Lá mais para o fim do ano pego no "Budapeste" para ver o que acontece.

Há uns anos atrás, um amigo enviou-me um daqueles questionários esquisitos, pedindo-me para responder porque queria pôr os resultados no "site" que então entretinha. Apenas me lembro de uma das respostas que era, à pergunta "Qual o melhor sentimento", a saudade. Eu gosto de ter saudades, aprecio navegar nas águas da nostalgia. Mas detesto o saudosismo e o Senhor Francisco Buarque, distingue isso muito bem nos seus romances em que, por via de regra, o personagem central é um homem em fim de caminho, obcecado pelo que ficou para trás, não tendo a capacidade de rever a história ternamente como quem folheia um álbum de fotografias, mas como quem quer construir desesperadamente uma máquina do tempo que o leve de volta.

Chegado à meia-idade, é isso que constantemente me interrogo: como vai ser quando, privado de poder desfrutar de quase tudo o que hoje aprecio, me limitar a ser espectador dos outros? Conseguirei ter elegância na aceitação da inevitabilidade, ou virarei Benjamim? A não perder.

Sem comentários:

Enviar um comentário