Os pensamentos iluminados de duas mentes brilhantes escorrem pelas páginas deste coiso.
segunda-feira, 31 de maio de 2010
domingo, 30 de maio de 2010
sábado, 29 de maio de 2010
terça-feira, 25 de maio de 2010
Radio Dupond - Destaque da Semana
Esta semana, destaque duplo para as visitas dos Grizzly Bear, quinta-feira no Coliseu do Porto, e dos XX, sexta-feira, na esgotadíssima Casa da Música (sacanas...).
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segunda-feira, 24 de maio de 2010
domingo, 23 de maio de 2010
sábado, 22 de maio de 2010
Banda Sonora para o Verão Lusitano
A banda sonora perfeita para o Verão 2010 apareceu nos escaparates no dia 17 de Maio. São duas pérolas da música pop portuguesa que, se tudo correr dentro da normalidade, estourarão brevemente nas playlists das rádios comerciais cá do burgo.
Apesar do seu passado recente, se havia dois nomes em quem apostar para este Verão, eram sem dúvida os nomes de Tiago Guillul e dos Pontos Negros. Guillul é a eminência parda da música pop nacional, divertindo-se a criar, tocar e produzir como se não houvesse amanhã. É raro encontrar um disco saído da sua FlorCaveira sem o registo do seu nome nos créditos finais. Curiosamente, é isso que acontece no segundo disco dos Pontos Negros, gravado para a Universal. O primeiro disco da banda, Magnífico Material Inútil, tinha sido produzido por Tiago Guillul, e a tradicional marca sonora do produtor fez-se sentir fortemente numa colecção de puro rock'n'roll lo-fi, que respirava influências dos Strokes por todos os poros.
O novo Pequeno-Almoço Continental apresenta um som completamente diferente, muito clean cut, apontando baterias para os anos 60 e para as melodias mais complexas dos Beatles ou Beach Boys pré-psicadelismo. Apesar do abandono do som rude, característico do primeiro álbum, que lhe conferia uma beleza muito peculiar, e que pode ser responsável por uma pequena desilusão causada pela primeira audição do single Rei Bã, o conjunto de canções é mais coeso, mas menos espontâneo que o anterior. Uma alternativa lollipop-pop aos Black Eyed Poyos.
O disco de Guillul é melhor. Também aqui se verifica o abandono dos sons roufenhos lo-fi que povoaram o anterior Tiago Guillul IV. O ambiente é característico de uma produção pop dos anos 80. Olá Soul Music, olá Trevor Horn, olá GNR. Adeus Ramones, White Stripes e The Strokes.
O disco está cheio de futuros clássicos e arranca, exactamente do mesmo ponto em que os GNR pararam após Psicopátria. As canções Praia Verde e Sacudindo o Pó dos Meus Pés fazem referências, mais que explícitas, a Dá Fundo, e a presença de Rui Reininho em Nabucodonosor, uma das melhores canções do disco, mostra que, de facto, isto anda tudo ligado.
Há um ovni neste disco. A canção São Sete Voltas Para a Muralha Cair, cujo tele-disco foi divulgado na Internet há vários meses, é a mais perfeita canção pop feita em Portugal desde... Dunas. Será uma injustiça se, daqui a 25 anos, não for lembrada como Dunas o é hoje. É pouco provável que isso aconteça, mas, infelizmente, é o mais certo.
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terça-feira, 18 de maio de 2010
Radio Dupond - Destaque da Semana
No dia do 30º aniversário da morte de Ian Curtis, a Radio Dupond coloca em destaque os dois registos lançados após o suicídio do vocalista dos Joy Division e consequente fim da banda. Aqui ficam o LP Closer e o single Love Will Tear Us Apart / These Days, ambos editados em 1980.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
domingo, 16 de maio de 2010
sábado, 15 de maio de 2010
Sandes Bites #4
«Tornar obrigatório a educação sexual resume-se a dizer: forniquem à vontade» in Diário de Notícias de hoje.
Séculos de consanguinidade deram nisto...
Séculos de consanguinidade deram nisto...
quarta-feira, 12 de maio de 2010
terça-feira, 11 de maio de 2010
Memória selectiva ou amnésia colectiva?
Luís Filipe Vieira assumiu que este título "não é de Lisboa. Este título é de Portugal. O Benfica nasceu em Lisboa e tem muita honra na sua história, mas nunca se fechou, nem se deixou fechar. Nós somos do norte e do sul, qualquer lugar onde haja um benfiquista", disse Luís Filipe Vieira, no Salão Nobre da CML. Antes de oferecer uma camisola do clube ao anfitrião, o presidente das "águias" sublinhou ainda que o "título não foi ganho contra ninguém" e "é de todos aqueles que gostam de futebol". in Diário de Notícias de 11 de Maio.
A imprensa escrita e falada tem dado enorme destaque ao discurso de unidade e abertura que se tornou a imagem de marca de Luís Filipe Vieira nos últimos tempos. Leia-se, desde que ficou claro que o Benfica ficaria à frente do Porto no campeonato. Na hora da vitória, os conselheiros de Vieira ajudaram a disfarçar o habitual discurso troglodita do presidente benfiquista, tornando-o mais aberto, unificador e nacional. Por um lado causando um contraste com a imagem regionalista e sectária, em tempos justamente colada a Pinto da Costa e aos adeptos do Porto e, por outro lado, recuperando a imagem de União Nacional de que o clube beneficiou no tempo da outra senhora.
Foi nesta gente que teve origem a brilhante, mas pouco original, estratégia que visa demonstrar à sociedade o actual estado de descalabro em que se encontra o clube da cidade do Porto, atestando a caducidade do seu presidente Pinto da Costa. Mensagem que tem sido propagandeada em tudo que é jornal desportivo e programa televisivo "da especialidade". Um filme que já vimos várias vezes, sempre que, por milagre ou mérito, o Benfica supera o Porto na classificação. Mas a que esta gente volta sempre com enorme galhardia. Uma reprise da fita trapatoniana de 2005.
Nos últimos 20 anos os dois colossos lisboetas, e agora estou a juntar à imagem os vizinhos do outro lado da circular, espalharam o perfume do seu futebol pelos relvados nacionais com os seguintes resultados: 2 campeonatos, 4 taças de Portugal e 3 super-taças para o Sporting, 4 campeonatos, 3 taças de Portugal e 1 super-taça para o Benfica. Em termos absolutos, 9 troféus para o Sporting, 8 para o Benfica.
No mesmo período de tempo, a rapaziada cá de cima conquistou 14 campeonatos, 8 taças de Portugal e 12 super-taças. 34 troféus. Quem tiver dificuldade em contar deve usar uma calculadora. Os dedos das mãos e dos pés não chegam. O dobro (!) dos troféus conquistados por Sporting e Benfica juntos.
No entanto, estes números não chegam para demonstrar a vacuidade dos argumentos dos paladinos benfiquistas. Um troféu chega para cegar a multidão ululante. Um troféu. A taça de Portugal foi á vida numa derrota em casa com uma equipa que não se classificou para uma prova europeia. Foram afastados da Liga Europa com uma goleada em Liverpool que, por sua vez, foi eliminado pelo Atlético de Madrid, recentemente chegado da Liga dos Campeões, de onde havia sido afastado por um Porto de terceira categoria.
O Benfica é campeão com mérito. Se o Braga tivesse sido campeão, o mérito seria ainda maior. As armas esgrimidas entre os dois clubes, ao longo do ano, são incomparáveis. Mas se o Braga fez uma excelente época, porque atingiu um patamar nunca antes alcançado na história do clube, o Benfica fez, apenas, uma boa época. Sempre defendi que, para o meu clube, o FCPorto, ter uma grande época, não bastava ser campeão. Tinha de fazer um percurso de relevo na Liga dos Campeões, leia-se passar à fase de play-off, ou, em alternativa, conquistar a dobradinha. O Benfica não conseguiu nada disso.
Mas eu não sou adepto do Benfica. E para quem anda, há anos, a auto-denominar-se "maior clube do mundo" por causa do número de adeptos, argumento de fazer corar qualquer sócio de um clube da II divisão de Xangai, até feijão-frade parece caviar.
A imprensa escrita e falada tem dado enorme destaque ao discurso de unidade e abertura que se tornou a imagem de marca de Luís Filipe Vieira nos últimos tempos. Leia-se, desde que ficou claro que o Benfica ficaria à frente do Porto no campeonato. Na hora da vitória, os conselheiros de Vieira ajudaram a disfarçar o habitual discurso troglodita do presidente benfiquista, tornando-o mais aberto, unificador e nacional. Por um lado causando um contraste com a imagem regionalista e sectária, em tempos justamente colada a Pinto da Costa e aos adeptos do Porto e, por outro lado, recuperando a imagem de União Nacional de que o clube beneficiou no tempo da outra senhora.
Foi nesta gente que teve origem a brilhante, mas pouco original, estratégia que visa demonstrar à sociedade o actual estado de descalabro em que se encontra o clube da cidade do Porto, atestando a caducidade do seu presidente Pinto da Costa. Mensagem que tem sido propagandeada em tudo que é jornal desportivo e programa televisivo "da especialidade". Um filme que já vimos várias vezes, sempre que, por milagre ou mérito, o Benfica supera o Porto na classificação. Mas a que esta gente volta sempre com enorme galhardia. Uma reprise da fita trapatoniana de 2005.
Nos últimos 20 anos os dois colossos lisboetas, e agora estou a juntar à imagem os vizinhos do outro lado da circular, espalharam o perfume do seu futebol pelos relvados nacionais com os seguintes resultados: 2 campeonatos, 4 taças de Portugal e 3 super-taças para o Sporting, 4 campeonatos, 3 taças de Portugal e 1 super-taça para o Benfica. Em termos absolutos, 9 troféus para o Sporting, 8 para o Benfica.
No mesmo período de tempo, a rapaziada cá de cima conquistou 14 campeonatos, 8 taças de Portugal e 12 super-taças. 34 troféus. Quem tiver dificuldade em contar deve usar uma calculadora. Os dedos das mãos e dos pés não chegam. O dobro (!) dos troféus conquistados por Sporting e Benfica juntos.
No entanto, estes números não chegam para demonstrar a vacuidade dos argumentos dos paladinos benfiquistas. Um troféu chega para cegar a multidão ululante. Um troféu. A taça de Portugal foi á vida numa derrota em casa com uma equipa que não se classificou para uma prova europeia. Foram afastados da Liga Europa com uma goleada em Liverpool que, por sua vez, foi eliminado pelo Atlético de Madrid, recentemente chegado da Liga dos Campeões, de onde havia sido afastado por um Porto de terceira categoria.
O Benfica é campeão com mérito. Se o Braga tivesse sido campeão, o mérito seria ainda maior. As armas esgrimidas entre os dois clubes, ao longo do ano, são incomparáveis. Mas se o Braga fez uma excelente época, porque atingiu um patamar nunca antes alcançado na história do clube, o Benfica fez, apenas, uma boa época. Sempre defendi que, para o meu clube, o FCPorto, ter uma grande época, não bastava ser campeão. Tinha de fazer um percurso de relevo na Liga dos Campeões, leia-se passar à fase de play-off, ou, em alternativa, conquistar a dobradinha. O Benfica não conseguiu nada disso.
Mas eu não sou adepto do Benfica. E para quem anda, há anos, a auto-denominar-se "maior clube do mundo" por causa do número de adeptos, argumento de fazer corar qualquer sócio de um clube da II divisão de Xangai, até feijão-frade parece caviar.
Radio Dupond - Destaque da Semana
Para antecipar o concerto dos Shellac, no próximo dia 25 de Maio, na Fundação de Serralves, apresento o LP Excellent Italian Greyhound, editado em 2007, pela banda de Steve Albini. Para ouvir na íntegra, aqui ao lado, na Radio Dupond. Na primeira parte, actuarão os veteranos Mission Of Burma.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
domingo, 9 de maio de 2010
sábado, 8 de maio de 2010
Alfred Hitchcock restaurado
O British Film Institute vai restaurar nove das obras do período mudo do cineasta e apresentá-las publicamente em 2012, como peça central de uma retrospectiva dedicada a Hitch.
Antes dos grandes sucessos de Hollywood, Alfred Hitchcock realizou uma série de filmes, no seu período do mudo, na Grã-Bretanha, que já davam sinais do estilo, do trabalho de câmara e dos argumentos desenvolvidos pelo realizador nos trabalhos seguintes. Durante décadas, esses filmes estiveram esquecidos. Agora, o British Film Institute (BFI) vai restaurar nove dessas obras e apresentá-las numa série de sessões públicas em 2012, como peça central de uma retrospectiva dedicada ao realizador. Embora o "The Independent" avance que as exibições farão parte das Olimpíadas Culturais, o programa artístico que decorrerá em paralelo aos Jogos Olímpicos de Londres, ainda não há confirmação.
"Queremos analisar a influência [de Hitchcock] no mundo actual", justificou ao "Independent" Eddie Berg, director artístico do BFI. A directora do instituto, Amanda Neville, disse que a iniciativa irá "ressuscitar os filmes de Hitchcock que não estão na ponta da língua de toda a gente". Alguns deles precisam de restauro. "Três deles não poderão ser projectados - a dimensão dos danos seria enorme", acrescentou.
Entre os filmes que serão restaurados e apresentados incluem-se "The Pleasure Garden" (1925), "The Lodger" (1926) e "The Farmer's Wife" (1927). in Jornal O Público, de 8 de Maio
Há alguns anos atrás, talvez no início da década de 90, a RTP2 apresentou um extenso programa de divulgação da obra de Hitchcock, onde passaram algumas dezenas de filmes, muitos deles da época do cinema mudo, e completamente inéditos em Portugal.
Nesse ciclo, além dos clássicos, passaram, entre outros, os filmes The Lodger e The Farmer's Wife, referidos na peça do Público. Lembro-me perfeitamente porque tive a oportunidade de gravar o ciclo, de fio a pavio. Infelizmente, da primeira vez que tentei rever os filmes, o maldito gravador trucidou-me as duas cassetes onde eu tinha gravado a maior parte dos filmes inéditos!
Esta podia ser uma óptima oportunidade para a RTP2 retomar a programação cinematográfica que a celebrizou durante décadas, mesmo que para isso fosse necessário passar os filmes às 2 da matina.
terça-feira, 4 de maio de 2010
Radio Dupond - Destaque da Semana
A música de Rufus Wainwright está em destaque, esta semana, na Rádio Dupond. O músico visita o Coliseu do Porto, na próxima quinta-feira, para um concerto de promoção do seu novo álbum, Days Are Night: Songs For Lulu.
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Este Senhor explica (obrigado Francisco!)
"Há uma razão para irmos à Liga Europa e não à Champions: a Champions já ganhámos (bem como a Taça UEFA, a Taça dos Campeões, a Intercontinental, etc.); a Liga Europa, ainda não."
Para ler na íntegra, aqui.
O Túnel do Dragão
Os responsáveis portistas tentaram esconder do grande público mas, se olharem com atenção, conseguem ver o túnel do dragão aos 3, 44, 48 e 53 segundos.
domingo, 2 de maio de 2010
sábado, 1 de maio de 2010
Fumo
Hoje, enquanto tomava café com o Dupond e a maio da conversa, calhou falarmos sobre tabaco. Os D&D já foram fumadores e já o não são. O Dupond deixou há um ror de anos, eu há quase sete.
No meu caso, foi essencialmente por força das restrições que as sucessivas leis anti-tabaco impuseram. Fumar, para mim, sempre foi um prazer quer através dos 20/25 cigarros Marlboro diários, quer pelo ocasional Romeo y Julieta nr. 5.
Mas que prazer pode haver em ter que deslocar-se, em casa, para uma varanda ou para a lavandaria, fumando à pressa no meio de cuecas e meias que pingam água? Ou de ser forçado a deslocar-se para a entrada da rua ou para o telhado do escritório para matar a "traça".
Fumar não pode ser só o vício: é toda a envolvência, a parte social, o jornal que se lê, o uísque que se bebe, a conversa que se estende, a música que se escuta - e um cigarro encaixa e reconforta, como um café quente ou uma aguardente generosa.
Mas assim, fumando pelos cantos, em espaços confinados, nos telhados, nas varandas, na porta da rua, ao frio, à chuva, ao vento, o prazer de fumar não está lá. Apenas o vício.
E isto já não é fumar: é apenas ir meter a dose.
O meu Pai
O meu Pai faz 78 anos neste mês de Maio, no dia de Fátima. O meu Pai é um homem de outro tempo, em que a palavra de um homem não obrigava a assinatura, porque não era preciso. De um tempo em que um homem respeitava para exigir ser respeitado, em que um homem não fugia às suas responsabilidades. Se uma frase recordo desde que me recordo dita pelo meu Pai vezes e vezes sem conta é a de que "Cada um se deita na cama que faz".
O meu Pai é um homem modesto que espalha sabedoria não com a presunção do professor, mas com a humildade do pupilo. É generoso, prestável e sensato. Tem a erudição da sua idade, mas o que sabe não o aprendeu pela experiência dos outros num livro, antes pela experiência própria na vida. Tem a doçura que se adquire por uma vida em que apenas os outros contam.
O meu Pai não se preocupa com o sentido da vida. Ou, se alguma vez pensou nisso, estou certo que concluiu que a vida tem apenas um sentido: em frente. O meu Pai é um homem sábio.
Se eu fosse metade do homem que o meu Pai é, seria o dobro do homem que sou.
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