No meu caso, foi essencialmente por força das restrições que as sucessivas leis anti-tabaco impuseram. Fumar, para mim, sempre foi um prazer quer através dos 20/25 cigarros Marlboro diários, quer pelo ocasional Romeo y Julieta nr. 5.
Mas que prazer pode haver em ter que deslocar-se, em casa, para uma varanda ou para a lavandaria, fumando à pressa no meio de cuecas e meias que pingam água? Ou de ser forçado a deslocar-se para a entrada da rua ou para o telhado do escritório para matar a "traça".
Fumar não pode ser só o vício: é toda a envolvência, a parte social, o jornal que se lê, o uísque que se bebe, a conversa que se estende, a música que se escuta - e um cigarro encaixa e reconforta, como um café quente ou uma aguardente generosa.
Mas assim, fumando pelos cantos, em espaços confinados, nos telhados, nas varandas, na porta da rua, ao frio, à chuva, ao vento, o prazer de fumar não está lá. Apenas o vício.
E isto já não é fumar: é apenas ir meter a dose.
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