sábado, 1 de maio de 2010

O meu Pai

O meu Pai faz 78 anos neste mês de Maio, no dia de Fátima. O meu Pai é um homem de outro tempo, em que a palavra de um homem não obrigava a assinatura, porque não era preciso. De um tempo em que um homem respeitava para exigir ser respeitado, em que um homem não fugia às suas responsabilidades. Se uma frase recordo desde que me recordo dita pelo meu Pai vezes e vezes sem conta é a de que "Cada um se deita na cama que faz".

O meu Pai é um homem modesto que espalha sabedoria não com a presunção do professor, mas com a humildade do pupilo. É generoso, prestável e sensato. Tem a erudição da sua idade, mas o que sabe não o aprendeu pela experiência dos outros num livro, antes pela experiência própria na vida. Tem a doçura que se adquire por uma vida em que apenas os outros contam.

O meu Pai não se preocupa com o sentido da vida. Ou, se alguma vez pensou nisso, estou certo que concluiu que a vida tem apenas um sentido: em frente. O meu Pai é um homem sábio.

Se eu fosse metade do homem que o meu Pai é, seria o dobro do homem que sou.

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