Terminada a primeira jornada da fase de grupos do Euro, cabe ao analista fazer uma avaliação das equipas em competição de modo a identificar os verdadeiros candidatos. Tive a oportunidade de ver dois jogos (Itália-Espanha e Holanda-Dinamarca) e meio (Alemanha-Portugal) e de ouvir opiniões abalizadas de comentadores experientes, acção desenvolvida enquanto programo a box para as gravações semanais da Fox Crime.
Como devem calcular isto não é tarefa fácil. Vou tentar simplificar ao máximo de modo a não confundir as vossas cabecinhas frágeis, preocupadas que estão em lembrar-se se colocaram o número suficiente de Super Bocks no congelador para oferecer aos colas dos vossos amigos que, tal como vocês, vão sair mais cedo do trabalho para se alaparem no vosso sofá a ver o Dinamarca-Portugal.
Candidatos a sério:
Na realidade, só há 2. A Alemanha e a Espanha. Os alemães, que já ganharam mais títulos internacionais que as outras equipas juntas, já estão há muito tempo sem deitar a luva ao caneco. Como tal, a estatística joga a favor deles. Os espanhóis, que a jogar como o Barcelona, ganharam as duas últimas competições de selecções, estão desfalcados do Messi, que foi golear brasileiros para os Estados Unidos. Mesmo assim, caso o Del Bosque se lembre que tem avançados no banco, deve dar para ganhar isto com uma perna às costas.
Candidato a brincar mas que pode ser levado a sério:
A Holanda. Tal como os portugueses, os holandeses têm um problema grave. Pensam que o futebol se joga com uma só baliza. Mas ao contrário de Portugal, pensam que é a baliza do adversário. O que os leva a borrifarem-se para a defesa com resultados, por vezes, menos interessantes, mesmo quando jogam contra equipas como os sornas dos dinamarqueses.
Candidatos a brincar que não podem ser levados a sério:
Inglaterra e Portugal. Duas equipas que, por mistério insondável, são colocados nas listas de candidatos de 2 em 2 anos, mas que nunca ganharam a ponta de um corno. Ou melhor, a Inglaterra já ganhou, mas nessa altura a TV ainda era a preto-e-branco. Tecnicamente, não conta. É como dizer que o Uruguai já foi bicampeão do mundo. Para os ingleses, o futebol é atletismo com bola e a única coisa relevante nesta equipa, é saber quem é o jogador que tem uma namorada/mulher que o John Terry ainda não conheceu, como Abraão conheceu Sara.
Candidatos que jogam um futebol "inteligente":
Itália, Grécia, Dinamarca. Na gíria futebolística, futebol "inteligente" é sinónimo de equipas que não saem do coqueiro nem que na baliza adversária esteja a Hope Solo (quem não sabe quem é, ver foto em anexo - corja de ignorantes!), equipas cujos jogos representam a cura para a insónia e que no seu plantel têm um número significativo de armários que dão lenha como se não houvesse amanhã.
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