17h30 - Chegada ao recinto.
17h40 - Chegada ao Palco Primavera para ver os Linda Martini dizerem "Adeus e obrigado!". Tive sorte. Ainda tive direito a um encore e ao crowd surfing do baterista. Só por isso, tentei comprar uma bonita t-shirt cor-de-laranja da banda. Azar, não tinham o meu número.
18h15 - Chegada ao Palco Club para ver os Other Lives. Enganei-me no percurso e aterrei no Palco ATP. Vi uns 15 minutos dos Tall First. Gostei, mas a música intimista da banda foi muito prejudicada pelo ruído que vinha de outro palco e que se fazia ouvir distintamente. Desloquei-me para o Palco Club para ver os Other Lives. Asneira número 1, os Other Lives apresentam um prog retardado, uma espécie de Van Der Graaf de 3ª divisão. Ainda os aturei um bom bocado, mas antes de terminarem, dei à sola. Faltavam 5 minutos para os Yo La Tengo abrirem as hostilidades.
19h00 - Chegada ao Palco Primavera para ver os Yo La Tengo. Vi-os há um par de anos na Casa da Música com excelentes resultados. Voltei a ficar satisfeito. Apesar de manterem uma carreira de quase 30 anos, continuam a entusiasmar com a sua música pop que vai beber às melodias noise dos Velvet Underground e Sonic Youth parte de um encanto muito próprio. O primeiro momento da noite estava encontrado.
20h15 - Deslocação de alguns metros para a direita, até ao palco Optimus, onde ia actuar Rufus Wainwright. Momento social da noite, para trocar breves impressões com vários amigos que por lá encontrei. Um deles, que já tinha visto o moço anteriormente, afirmava ser qualidade garantida. E assim foi. Rufus é um entertainer competente, uma espécie de Elton John indie, sem os (muitos) desvios de mau gosto deste último. Pelo menos para já. A linhagem do músico e as suas mais recentes ligações familiares fazem acreditar que tais desvios não aconteçam. Foi um bonito momento de musicól. Não dei o tempo por perdido, mas também não posso dizer que me tenha enchido a barriga, a qual, por sinal, começava a dar horas. Quase me esquecia! Adorei os sapatos.
21h30 - Regresso ao Palco Primavera para ver os Flaming Lips. Tal como os Yo La Tengo, os Flaming Lips são uns veteranos com início de carreira registado em meados de 80. Fazem um rock psicadélico ao qual, confesso, não liguei muito durante demasiado tempo. Estava errado, obviamente. Em 1999, editam o último grande disco do milénio, The Soft Bulletin, o disco que me fez abrir as orelhas de forma devida, para a música de Wayne Coyne. O primeiro grande disco do novo milénio seria, também, dos Flaming Lips, Yoshimi Battles the Pink Robots, o seu décimo LP, editado em 2002. Se, por acaso, a sua carreira se tivesse limitado a estes dois discos, tinham um lugar de destaque na História da música Pop, por mérito próprio. A expectativa era elevada por causa da música e pelo que já tinha escutado sobre os seus espectáculos. E quando a expectativa é muito alta, sofrem-se grandes desilusões. Não foi o caso. O concerto dos Lips foi o grande momento da noite, um dos melhores a que já assisti. Seguramente, aquele em que o aparato cénico esteve melhor integrado com a música executada, o pop psicadélico dos Flaming Lips era complementado de forma perfeita pelo nonsense excessivo e surrealista que a banda usa e abusa em palco. Nada de confusões, estamos longe do pretensiosismo barroco (e bacoco) das bandas prog e psicadélicas dos anos 70. Se o rock'n'roll é um circo, os Flaming Lips são os seus palhaços.
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