Os pensamentos iluminados de duas mentes brilhantes escorrem pelas páginas deste coiso.
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
domingo, 27 de dezembro de 2009
sábado, 26 de dezembro de 2009
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Em que ficamos?
Em entrevista à Lusa, Luís Meneses (deputado do PSD), coordenador deste grupo de deputados, acusa a Red Bull de mudar a localização do evento "por uma questão comercial, por uma questão de dinheiro e com total conivência do Turismo de Portugal". Segundo o deputado, "dos 70 milhões de euros de incentivos próprios que o Turismo de Portugal atribuiu em 2008, 70% foram investidos no distrito de Lisboa, ou seja, 49 milhões de euros. Desses 49 milhões de euros, 43 milhões foram investidos só na cidade de Lisboa." in O Jogo de hoje.
O Turismo de Portugal garantiu esta quarta-feira que o Norte foi a região que recebeu mais apoios em 2008 e sublinhou que nem a Câmara do Porto nem a de Gaia apresentaram qualquer candidatura a subsídios para o Red Bull Air Race. Segundo o esclarecimento do presidente do Turismo de Portugal, enviado à Lusa, a região Norte recebeu 5,3 milhões de euros do orçamento daquele organismo, em 2008, o que representa mais um milhão do que o apoio concedido a Lisboa e Vale do Tejo. in O Jogo Online
(Air, Talking Heads)
O Turismo de Portugal garantiu esta quarta-feira que o Norte foi a região que recebeu mais apoios em 2008 e sublinhou que nem a Câmara do Porto nem a de Gaia apresentaram qualquer candidatura a subsídios para o Red Bull Air Race. Segundo o esclarecimento do presidente do Turismo de Portugal, enviado à Lusa, a região Norte recebeu 5,3 milhões de euros do orçamento daquele organismo, em 2008, o que representa mais um milhão do que o apoio concedido a Lisboa e Vale do Tejo. in O Jogo Online
(Air, Talking Heads)
O Record Club de Beck
Record Club: Velvet Underground & Nico 'Sunday Morning' from Beck Hansen on Vimeo.
Beck Hansen e alguns amigalhaços formaram o Record Club. Objectivo: gravar versões integrais de discos de outros artistas. O resultado está à vista em http://www.beck.com/record_club
Fica aqui a amostra com Sunday Morning dos The Velvet Underground.
É tão mau, tão mau...
...tão, tão, tão, tão, tão mau, tão mau, tão mau que tenho dificuldade em encontrar mais palavras para adjectivar a trampa do filme. O Roland Emmerich anda há anos a tentar convencer-nos que o mundo vai acabar amanhã. Os meios de tortura foram vários, O Dia da Independência, O Dia depois de Amanhã, Godzilla, mas este 2012 ultrapassa todos os nossos piores pesadelos.
O que John Cusack anda a fazer no meio daquilo tudo é que não se percebe. Se calhar anda com falta de carcanhol para pagar as contas do supermercado.
(Dear Catastrophe Waitress, Belle and Sebastian)
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sábado, 19 de dezembro de 2009
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Uma questão de tamanho
"O presidente da Comissão para o Centenário da República Portuguesa elogiou, esta terça-feira, a ideia da Câmara Municipal de Paredes em levantar um mastro de cem metros para suportar a bandeira portuguesa. Segundo as contas da autarquia, o mastro custará um milhão de euros, um valor que Artur Santos Silva não comenta.
O presidente da Comissão para o Centenário da República Portuguesa considerou, esta terça-feira, uma boa ideia a iniciativa da Câmara Municipal de Paredes para a comemoração dos cem anos da República Portuguesa.
«O que é preciso é que as comemorações do centenário da República sirvam para reforçar a nossa identidade e, naturalmente, que um dos elementos centrais da nossa identidade é o símbolo nacional da nossa bandeira», que deve ser «revalorizado», sublinhou." in TSF Online
Em resumo, a Câmara de Paredes prepara-se para queimar um balúrdio num mamarracho para comemorar uma efeméride a que ninguém liga puto, se exceptuarmos meia dúzia de "históricos" do PS. Em vez de dizer à rapaziada da autarquia para ter juízo, Artur Santos Silva acha que é uma boa ideia.
Então, está bem...
(Money, The Flying Lizards)
Tudo Calmo na Frente Leste
"O poder de compra das famílias no nosso país é apenas 76% da média da Europa dos 27. Os consumidores mantêm o mesmo poder de compra há mais de dez anos. É o resultado de anos a crescer abaixo da média da Zona Euro." in Diário de Notícias
"A proposta de revisão do período de trabalho foi apresentada em Novembro pela Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED). Para além das 60 horas semanais, os patrões do sector da distribuição defendem mais contratação a termo e aumentos salariais acumulados de um por cento em 2009 e no próximo ano. " in RTP
"O salário mínimo previsto para o próximo ano é de 475 euros, um aumento de 25 euros em relação ao actual valor (de 450 euros). Mas segundo o jornal Público, se tivesse sido actualizado em função da inflação desde 1974, o seu valor deveria ser agora de 562 euros. Ou seja, o salário mínimo actual representa 85% do poder de compra do de há 35 anos, quando foi introduzido em Portugal." in Diário de Notícias
"Os patrões sugerem que o salário mínimo nacional em 2010 não ultrapasse os 460 euros, propondo um aumento de pouco mais de um por cento para os rendimentos. A TSF teve, esta segunda-feira, acesso às linhas fundamentais da contra-proposta que as confederações patronais vão apresentar para o aumento do salário mínimo, tendo esta ficado muito aquém dos 25 euros que o Governo quer pôr em prática e que faz parte do acordo de concertação social." in TSF Online
... a aguardar as notícias do fim do mundo na Grécia, do apocalipse na Irlanda, e os relatórios sobre a tradicional baixa produtividade, sempre oportunos nesta época do ano...
(Hasta Siempre Comandante, Robert Wyatt)
Adoro o cheiro a Napalm pela manhã
Trinta a trinta e cinco minutos. É o tempo que demoro, todas as manhãs, a deslocar-me de casa ao escritório passando pelo colégio do meu filho. Nada mau, para quem mora na Maia e trabalha na Avenida da Boavista.
Invariavelmente faço o trajecto a ouvir a Antena 1. Vários amigos tentam convencer-me a mudar para a TSF (demasiados spots publicitários), para as nacionais RFM ou Antena 3, ou para as locais Nova ou Nova Era, mas o problema é o mesmo. Os animadores matinais são insuportáveis e a música é uma merda. Desde que a XFM se foi que mantenho alguma fidelidade à Antena 1. Gosto de ouvir as notícias, acho graça à descoberta do novo mundo por parte do meu filho, e acho injusto impôr os Sonic Youth ou os My Bloody Valentine, logo pela manhã, à minha senhora. O divórcio era uma possibilidade a considerar e a vida não está para isso.
Infelizmente nem tudo são rosas. No meio das notícias dos engarrafamentos na segunda circular, da leitura das capas dos jornais, das entrevistas aos empresários sobre a venda do Di Maria para o Real Madrid por 50 milhões de euros, dos chumbos do tribunal de contas, das escutas ao Armando Vara, e das epístolas do Bagão Félix, sobram sempre uns cinco minutinhos, ali por volta das 8h50, para o DJ de serviço mostrar que é um rapaz modernaço e dar música aos ouvintes.
Por norma, a essa hora já estou no escritório. Infelizmente, esta semana não fui tão rápido como devia. E apanhei com dois mísseis termonucleares em cima, numa situação deveras penosa que, eventualmente estará abrangida pela Convenção de Genebra. Por via das dúvidas, e a partir de hoje, vou passar a denunciar neste local todas as sevícias diárias causadas pelo programa matinal da Antena 1 aos seus fiéis ouvintes. Ingratos.
Terça-feira, 15 de Dezembro: I Don't Wanna Fight, Tina Turner (nível de danos morais causados, de 1 a 5, 5)
Quarta-Feira, 16 de Dezembro: Heaven, Brian Adams (danos de nível 5)
Por este andar, tudo aponta para amanhã levar com a versão do Downtown Train, do Rod Stewart...
Invariavelmente faço o trajecto a ouvir a Antena 1. Vários amigos tentam convencer-me a mudar para a TSF (demasiados spots publicitários), para as nacionais RFM ou Antena 3, ou para as locais Nova ou Nova Era, mas o problema é o mesmo. Os animadores matinais são insuportáveis e a música é uma merda. Desde que a XFM se foi que mantenho alguma fidelidade à Antena 1. Gosto de ouvir as notícias, acho graça à descoberta do novo mundo por parte do meu filho, e acho injusto impôr os Sonic Youth ou os My Bloody Valentine, logo pela manhã, à minha senhora. O divórcio era uma possibilidade a considerar e a vida não está para isso.
Infelizmente nem tudo são rosas. No meio das notícias dos engarrafamentos na segunda circular, da leitura das capas dos jornais, das entrevistas aos empresários sobre a venda do Di Maria para o Real Madrid por 50 milhões de euros, dos chumbos do tribunal de contas, das escutas ao Armando Vara, e das epístolas do Bagão Félix, sobram sempre uns cinco minutinhos, ali por volta das 8h50, para o DJ de serviço mostrar que é um rapaz modernaço e dar música aos ouvintes.
Por norma, a essa hora já estou no escritório. Infelizmente, esta semana não fui tão rápido como devia. E apanhei com dois mísseis termonucleares em cima, numa situação deveras penosa que, eventualmente estará abrangida pela Convenção de Genebra. Por via das dúvidas, e a partir de hoje, vou passar a denunciar neste local todas as sevícias diárias causadas pelo programa matinal da Antena 1 aos seus fiéis ouvintes. Ingratos.
Terça-feira, 15 de Dezembro: I Don't Wanna Fight, Tina Turner (nível de danos morais causados, de 1 a 5, 5)
Quarta-Feira, 16 de Dezembro: Heaven, Brian Adams (danos de nível 5)
Por este andar, tudo aponta para amanhã levar com a versão do Downtown Train, do Rod Stewart...
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Força, força companheiro Vasco
Sob o título "É o PSD desnecessário?" o quase sempre excelente Vasco Pulido Valente tenta responder à pergunta, cuja única resposta é "obviamente". Afirma VPV,
"A ironia é que o PSD não se entende com o Portugal moderno ou "modernizado" que ele próprio, no "cavaquismo", criou. Um Portugal urbano (mesmo na província); um Portugal permissivo, indiferente à moral cristã; um Portugal a que o Estado-Providência vai garantindo uma vida obviamente mísera mas não desesperada; e, sobretudo, um Portugal dividido entre uma classe média com uma cultura de massa e sem definição exacta e uma subclasse amorfa, que não é reconhecível ou tratável pelas velhas categorias da teoria clássica (o campesinato, o proletariado e por aí fora)."
Ao longo de vários anos e muitas crónicas é notório o desprezo de Pulido Valente por Cavaco, apesar de nunca o afirmar abertamente. VPV é um saudosista de Sá Carneiro, esse D. Sebastião do centro-direita portuguesa, falecido há três décadas e cujo papel no Portugal do século XXI é tão relevante como o do Gato Félix. Aliás, este é um estranho ponto em comum entre VPV e Pedro Santana Lopes que usa e abusa da figura de Sá Carneiro para, de forma muito pouco subtil, se apresentar ao mundo como herdeiro do "pensamento" do fundador do PPD/PSD, como ele gosta de dizer.
E qual foi o "crime" de Cavaco aos olhos de VPV? Simplesmente o de ter esvaziado completamente o PSD de sentido ideológico, tornando-o num antro de tecnocratas e arrivistas da província sem qualquer sentido de Estado, umas figuras vazias que se mantiveram á sombra do chefe e que se retiraram para os tachos do costume, à primeira oportunidade. E sem a ideologia, usurpada pelo alinhamento do PS à direita sempre que se encontra no governo, e sem as referências da direita "moderna" (direita "moderna" no sentido do Don Camilo de Guareschi) esgrimidas sem qualquer pudor pelo CDS de Paulo Portas que, nas sua ânsia de chegar ao verdadeiro poder não tem pejo em defender posições queridas da extrema-direita europeia, o que resta ao PSD de VPV? A eterna saudade. Que repouse em paz.
"A ironia é que o PSD não se entende com o Portugal moderno ou "modernizado" que ele próprio, no "cavaquismo", criou. Um Portugal urbano (mesmo na província); um Portugal permissivo, indiferente à moral cristã; um Portugal a que o Estado-Providência vai garantindo uma vida obviamente mísera mas não desesperada; e, sobretudo, um Portugal dividido entre uma classe média com uma cultura de massa e sem definição exacta e uma subclasse amorfa, que não é reconhecível ou tratável pelas velhas categorias da teoria clássica (o campesinato, o proletariado e por aí fora)."
Ao longo de vários anos e muitas crónicas é notório o desprezo de Pulido Valente por Cavaco, apesar de nunca o afirmar abertamente. VPV é um saudosista de Sá Carneiro, esse D. Sebastião do centro-direita portuguesa, falecido há três décadas e cujo papel no Portugal do século XXI é tão relevante como o do Gato Félix. Aliás, este é um estranho ponto em comum entre VPV e Pedro Santana Lopes que usa e abusa da figura de Sá Carneiro para, de forma muito pouco subtil, se apresentar ao mundo como herdeiro do "pensamento" do fundador do PPD/PSD, como ele gosta de dizer.
E qual foi o "crime" de Cavaco aos olhos de VPV? Simplesmente o de ter esvaziado completamente o PSD de sentido ideológico, tornando-o num antro de tecnocratas e arrivistas da província sem qualquer sentido de Estado, umas figuras vazias que se mantiveram á sombra do chefe e que se retiraram para os tachos do costume, à primeira oportunidade. E sem a ideologia, usurpada pelo alinhamento do PS à direita sempre que se encontra no governo, e sem as referências da direita "moderna" (direita "moderna" no sentido do Don Camilo de Guareschi) esgrimidas sem qualquer pudor pelo CDS de Paulo Portas que, nas sua ânsia de chegar ao verdadeiro poder não tem pejo em defender posições queridas da extrema-direita europeia, o que resta ao PSD de VPV? A eterna saudade. Que repouse em paz.
Balanço 2009 - Séries do ano
Dexter, 2ª temporada
O Protector, 6ª temporada
A Escuta, 5ª temporada
Erva, 3ª temporada
Desilusão do ano:
Nip/Tuck, 5ª temporada
O que escrevi sobre os filmes do ano, aplica-se direitinho às séries do ano. Sou um preguiçoso...
Balanço 2009 - Filmes do ano
Milk, de Gus Van Zandt (2008)
Os Diários de Che Guevara, de Walter Salles (2004)
Obviamente que os filmes não são deste ano. Mas com a frequência com que tenho ido ao cinema, dificilmente poderiam ser. Ficamo-nos pelos melhores filmes que vi em 2009, e já não é mau.
domingo, 13 de dezembro de 2009
sábado, 12 de dezembro de 2009
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Balanço 2009 - Discos
Andrew Bird - Noble Beast
Animal Collective - Merriweather Post Pavilion
David Sylvian - Manafon
Dirty Projectors, The - Bitte Orca
Felice Brothers, The - Yonder is the Clock
Horrors, The - Primary Colours
Wild Beasts - Two Dancers
XX, The - XX
Animal Collective - Merriweather Post Pavilion
David Sylvian - Manafon
Dirty Projectors, The - Bitte Orca
Felice Brothers, The - Yonder is the Clock
Horrors, The - Primary Colours
Wild Beasts - Two Dancers
XX, The - XX
Balanço 2009 - Má Ideia do Ano
Amália Hoje e Rua da Saudade - O futuro (e o presente) da pop portuguesa não passa, seguramente, pelo revivalismo do Portugal do faduncho e do postalinho do Chiado. Pode ser muito engraçado para os saudosistas, mas quem já viveu o pesadelo das cantorias das Simones de Oliveiras deste mundo quando criança, não esquece mais o pesadelo. Dois monstros de Frankenstein da música moderna portuguesa.
Balanço 2009 - Concertos
Casa da Música:
The Fall (17 de Janeiro)
Kid Congo Powers & The Pink Monkey Birds (2 de Maio)
Coliseu do Porto:
Três Cantos (31 de Outubro)
The Fall (17 de Janeiro)
Kid Congo Powers & The Pink Monkey Birds (2 de Maio)
Coliseu do Porto:
Três Cantos (31 de Outubro)
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Maria João Seixas na Cinemateca Nacional
Parece que a nomeação de Maria João Seixas para directora da Cinemateca Nacional e sucessora de João Bénard da Costa foi recebida com alguma desconfiança pela rapaziada do costume. Quem não gosta crítica a proximidade ao PS, quem gosta gaba-lhe a competência. Vasco Pulido Valente diz que vem aí o apocalipse.
(Patricia's Moving Picture, The Go! Team)
E as bengaladas?
Isto não se presta a muitos comentários, mas vamos lá fazer um esforço:
1. A cara da senhora atrás da Zézinha Nogueira Pinto no momento em que a palavra "palhaço" é dita pela primeira vez.
2. A confissão de Zézinha que afirma ser a primeira vez na vida política que chama "palhaço" a alguém. Há tantos anos em tão árduo trabalho e só agora é que caiu na realidade. Ainda por cima quando já experimentou diversos lados da barricada. Lamentável.
3. A acusação de Ricardo Gonçalves a Zézinha, afirmando que ela se "vende por qualquer preço". Foi um bocadinho rebuscado mas já vi chamarem "meretriz" a outrém com um bocadinho mais de panache.
4. A triste intervenção do representante do Bloco. Para dizer aquelas banalidades, mais valia terem lá colocado o Avô Cantigas.
(Worst Bastard, Micachu & The Shapes)
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Bananas
Segundo o Público de hoje "o presidente do governo da Madeira está a pressionar a direcção nacional do PSD para fazer depender a aprovação do orçamento rectificativo da autorização a dar pelo Governo da República a um empréstimo de 129 milhões de euros que a região pretende contrair."
Para Jardim não é importante se o orçamento rectificativo é bom ou mau para o país e para a generalidade dos portugueses. Nem lhe interessa saber se a estratégia de oposição da direcção do PSD passa pela aprovação ou rejeição do dito orçamento. Jardim está-se nas tintas para a continuidade das políticas do governo chefiado pelo primeiro-ministro que ele próprio classificou de incompetente. Desde que lhe caia a esmolazinha do costume para poder continuar a regar o seu bananal privado. E com a facturazinha a ser paga pelos cubanos, obviamente.
(The Great Rock 'n' Roll Swindle, The Sex Pistols)
Para Jardim não é importante se o orçamento rectificativo é bom ou mau para o país e para a generalidade dos portugueses. Nem lhe interessa saber se a estratégia de oposição da direcção do PSD passa pela aprovação ou rejeição do dito orçamento. Jardim está-se nas tintas para a continuidade das políticas do governo chefiado pelo primeiro-ministro que ele próprio classificou de incompetente. Desde que lhe caia a esmolazinha do costume para poder continuar a regar o seu bananal privado. E com a facturazinha a ser paga pelos cubanos, obviamente.
(The Great Rock 'n' Roll Swindle, The Sex Pistols)
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O PSD, sempre o PSD...
Quando parecia que a quota de insanidade semanal do PSD tinha sido ultrapassada em grande estilo pelas afirmações surrealistas de Manuela Ferreira Leite sobre o primeiro-ministro, dizendo que este se encontra sob suspeita, uma vez que o povo português não conhece o «conteúdo das escutas» das conversas entre José Sócrates e Armando Vara no processo Face Oculta, desbaratando de uma só assentada várias leis da República e chutando para canto a lei do bom senso, eis que da direita baixa surge mais um ataque ao governo Sócrates sob a forma de suspeição, essa arma de arremesso em que o PSD se tornou especialista nos últimos anos.
Numa altura em que Portugal necessitava de uma oposição forte, com propostas concretas para os graves problemas que o país enfrenta, eis que o PSD se lembra de ir desenterrar uma comissão de inquérito à Fundação das Comunicações Móveis com o intuito de denegrir uma das principais bandeiras eleitorais de José Sócrates. Como falta de timing não podia ser pior. As eleições já passaram há muito e o impacto causado pelas eventuais conclusões desta comissão será completamente abafado em função dos putativos benefícios usufruídos pelas criancinhas e pelos seus babados paizinhos. Cobrir-se de ridículo à custa do dinheiro dos contribuintes não deveria ser um dos atributos dos deputados da Nação. Se existem indícios que algo foi feito à margem da lei, entregue-se o caso ao Ministério Público. E proceda-se em conformidade.
Obviamente que o PSD está à espera, ao mandar esta carta para a mesa, de replicar o efeito da comissão de inquérito à Fundação Prevenção e Segurança, em 2001, ao tempo da governação de António Guterres, e que levou à demissão de... Armando Vara. Mas das duas, uma: ou o PSD mostra de uma vez por todas os trunfos que tem na manga e deixa-se das insinuações costumeiras, ou as intervenções dos membros da dita comissão arriscam-se a parecer excertos de episódios dos Ficheiros Secretos.
(Liars A to E, Dexys Midnight Runners)
Numa altura em que Portugal necessitava de uma oposição forte, com propostas concretas para os graves problemas que o país enfrenta, eis que o PSD se lembra de ir desenterrar uma comissão de inquérito à Fundação das Comunicações Móveis com o intuito de denegrir uma das principais bandeiras eleitorais de José Sócrates. Como falta de timing não podia ser pior. As eleições já passaram há muito e o impacto causado pelas eventuais conclusões desta comissão será completamente abafado em função dos putativos benefícios usufruídos pelas criancinhas e pelos seus babados paizinhos. Cobrir-se de ridículo à custa do dinheiro dos contribuintes não deveria ser um dos atributos dos deputados da Nação. Se existem indícios que algo foi feito à margem da lei, entregue-se o caso ao Ministério Público. E proceda-se em conformidade.
Obviamente que o PSD está à espera, ao mandar esta carta para a mesa, de replicar o efeito da comissão de inquérito à Fundação Prevenção e Segurança, em 2001, ao tempo da governação de António Guterres, e que levou à demissão de... Armando Vara. Mas das duas, uma: ou o PSD mostra de uma vez por todas os trunfos que tem na manga e deixa-se das insinuações costumeiras, ou as intervenções dos membros da dita comissão arriscam-se a parecer excertos de episódios dos Ficheiros Secretos.
(Liars A to E, Dexys Midnight Runners)
A regionalização em versão milagreira
Andamos nós aqui a esgrimir argumentos sobre o assunto e, de repente, eis que a Santa Sé anuncia a passagem da Karel Voitila World Domination Tour 2010 pelo Porto, além de Fátima e Lisboa, pois claro. Uau. Não caibo em mim de contente. Aleluia.
(God Watch Over You, Prefab Sprout)
(God Watch Over You, Prefab Sprout)
Gingóbél
O Natal está à porta e já paira no ar a angústia da escolha das prendas. Mas o Dupont, qual genérico de alaprozam, tem uma solução catita.
O Parque Biológico de Gaia está a solicitar colaboração para a aquisição de 23 ha de área florestal junto aos espaço que já ocupa, no âmbito do projecto Sequestro do Carbono. Cada metro quadrado de floresta plantada absorve 4kg de CO2 por ano. Parecendo que não, ajuda.
A cada contributo, o Parque Biológico atribui um diploma personalizado - é uma prenda muito mais supimpa que meias, cachecóis, ou garrafas de Licor Beirão.
Mais informações pelo 227 878 120 ou em carbono@parquebiologico.pt.
Regulamento disponível aqui.
Vá lá, é por uma boa causa e não tem que andar às voltas para estacionar o carro ou permanecer horas em filas intermináveis para os embrulhos.
domingo, 6 de dezembro de 2009
Chico Fininho
Nunca percebi bem o interesse público da pergunta, mas sempre que aparece alguém candidato a um determinado cargo de destaque político, o jornalista, mais cedo ou mais tarde, atira com a dita para cima da mesa:
"Já fumou droga?"
Não me passa pela cabeça porque motivo o cidadão comum tenha interesse em saber se Pedro Passos Coelho fumou ou não droga. Ainda por cima a questão foi levantada na sequência de uma entrevista relacionada com a candidatura de PPC a líder do PSD, e não numa qualquer campanha de penalização/despenalização do consumo. O candidato deu a sua resposta e o entrevistador continuou a sua tarefa com questões que nada tinham a ver com o tema. A modos como se alguém lhe tivesse colocado um papelinho no bolso para quando tivesse uma branca ou falta de assunto.
Não fiquei particularmente espantado visto este tipo de entrevistas acabarem por ser uma mini-biografia do entrevistado, com uma ou duas frases avulsas que permitam distinguir o "pensamento" do próprio no meio da carneirada. Até aqui tudo bem. O busílis está na resposta, verdadeiro momento zen do candidato, uma autêntica epifânia. Num espectacular passe de mágica PPC mascarou-se de Bill Clinton português. Não, não é isso que estão a pensar.
Mostrando um enorme engenho e muito pouca angústia no momento do penalty, PPC revelou ao mundo que sim, é verdade, já tinha fumado haxixe. Não revela se, ao contrário de Bill Clinton, inalou. Mas revela, numa total candura, que não sabia o que estava a fumar, e só o veio a saber alguns dias mais tarde.
É bonito. E ao mesmo tempo um pouco inquietante. Significa que temos um potencial candidato a candidato a primeiro-ministro que fuma, sem questionar, a primeira merda que lhe põem à frente.
Caro PPC, eu conheço uma pessoa que tomou pílulas anti-concepcionais pensando que estava a tomar speeds. E, de seguida, agiu em conformidade. Trinta anos depois ainda é tema de gozo. Sugiro que, subtilmente, tente perceber quais foram os seus amigos que leram a sua entrevista de hoje.
(The Drugs Don't Work, The Verve)
"Já fumou droga?"
Não me passa pela cabeça porque motivo o cidadão comum tenha interesse em saber se Pedro Passos Coelho fumou ou não droga. Ainda por cima a questão foi levantada na sequência de uma entrevista relacionada com a candidatura de PPC a líder do PSD, e não numa qualquer campanha de penalização/despenalização do consumo. O candidato deu a sua resposta e o entrevistador continuou a sua tarefa com questões que nada tinham a ver com o tema. A modos como se alguém lhe tivesse colocado um papelinho no bolso para quando tivesse uma branca ou falta de assunto.
Não fiquei particularmente espantado visto este tipo de entrevistas acabarem por ser uma mini-biografia do entrevistado, com uma ou duas frases avulsas que permitam distinguir o "pensamento" do próprio no meio da carneirada. Até aqui tudo bem. O busílis está na resposta, verdadeiro momento zen do candidato, uma autêntica epifânia. Num espectacular passe de mágica PPC mascarou-se de Bill Clinton português. Não, não é isso que estão a pensar.
Mostrando um enorme engenho e muito pouca angústia no momento do penalty, PPC revelou ao mundo que sim, é verdade, já tinha fumado haxixe. Não revela se, ao contrário de Bill Clinton, inalou. Mas revela, numa total candura, que não sabia o que estava a fumar, e só o veio a saber alguns dias mais tarde.
É bonito. E ao mesmo tempo um pouco inquietante. Significa que temos um potencial candidato a candidato a primeiro-ministro que fuma, sem questionar, a primeira merda que lhe põem à frente.
Caro PPC, eu conheço uma pessoa que tomou pílulas anti-concepcionais pensando que estava a tomar speeds. E, de seguida, agiu em conformidade. Trinta anos depois ainda é tema de gozo. Sugiro que, subtilmente, tente perceber quais foram os seus amigos que leram a sua entrevista de hoje.
(The Drugs Don't Work, The Verve)
Em Portugal Tudo É Porto-Benfica #2
Nem de propósito: excelente a reportagem de ontem no Público sobre a extinta linha do Sabor, uma via única lavrada através de paisagens soberbas e que agora apenas subsiste na memória dos velhos e na vergonha dos governos, que preferem ser electrónicos a genuínos.
A não perder a excelente foto-reportagem de Paulo Pimenta em
sábado, 5 de dezembro de 2009
Correio dos Leitores, Seguido de o D&D Errou
Ao Estimado (e quase de certeza único) Leitor MiM:
Boa tarde e obrigado pelo comentário.
O Algarve encaixa perfeitamente no ponto que a minha posta pretende expressar: o litoral tem tudo e o interior do Algarve tem nada - a não ser o acesso ao litoral.
Por outro lado, é bem verdade o que afirma: o Algarve é talvez a, a par das ilhas, uma das regiões naturais do país - o título régio português sempre a distinguiu como tal. Mas não foi por isso que não o mencionei: o que aconteceu é que pura e simplesmente ficou no tinteiro. Eu escrevo ao correr do teclado e nunca revejo o texto por pura preguiça. Mas posso afiançar, com testemunhas, que na discussão mencionada no início do texto, dei o exemplo do Algarve nos termos que agora enuncio: uma região, dois mundos distintos (interior e litoral).
Já a inclusão do Bota foi um êrro motivado pelo preconceito: é bem verdade que eu embirro com o homem por causa das pimbalhices. Mas quem eu tinha em mente aos escrever a dita posta era o Macário Correia, o homem que acha que beijar uma senhora que fuma e lamber um cinzeiro é a mesma coisa - eu já experimentei ambas e não concordo minimamente com isso.
No texto, o homem aparece muito mal acompanhado e isso não deve ser visto como uma qualquer referência implícita à honestidade do senhor. No contexto, o que pretendia era apontar o exemplo do oportunismo: no caso, o salto de Tavira para Faro. Deduzo que a CM de Faro proporcione mais exposição sendo, quem sabe?, a rampa de lançamento para outros voos? Em todo o caso, não diz muito sobre a fidelidade e empatia com os governados. A menos que o homem tenha achado que já nada mais havia para fazer em Tavira. Nesse caso, Deus o fulminará pelo pecado de presunção e então já nada mais terei a acrescentar.
Aqui no Porto tivemos um assim, que começou em Vila do Conde, passou pelo Porto e ganhou um lugar no Governo. Como é sabido a coisa correu-lhe mal e quando quis voltar a um porto seguro levou uma coça do Rui Rio. De castigo foi para administrador da Petrogal. É muito bem feito, que é para aprender!
Escreva sempre, é muito bem-vindo.
Cordialmente,
Dupont
Aqui Há Robalo
De Godinho, soube-se agora, Vara recebeu uma caixa de robalos e um equipamento para o filho.
Já antevejo os artigos da imprensa dos próximos dias: de que tamanho eram os percídeos, quantos eram? Já vinham escalados? E de que equipamento falamos para o filho: do Benfica? De mergulho submarino? De escutas?
Entrevistas, comentários, previsões e a opinião dos especialistas, com relevo para uma entrevista a Durão Barroso: "O caso dos robalos visto pelo cherne".
História de Portugal
O meu amigo Dupond pediu-me, para o sapatinho, uma boa História de Portugal recente, incluindo já o Estado Novo e a Revolução dos Cravos. Presumo que se referia à que agora saíu da autoria de Rui Ramos. E, porque foi um bom menino, vai tê-la.
Mas fiquei a pensar no assunto. Das HP escritas no século XX ocorrem-me as do Oliveira Marques, Fernando Rosas, José Mattoso, Fortunato de Almeida, Veríssimo Serrão, Damião Peres, Joel Serrão, Hermano Saraiva e uma "A History of Portugal" escrita por um tipo de apelido Disney, o que é inquietante.
Toda a história, qualquer que seja, é apenas uma versão dos acontecimentos. Por isso um mesmo evento é relatado de forma distinta, quando não antagónica, pelos protagonistas: nunca tive oportunidade de ler a versão espanhola da Batalha de Aljubarrota, ou da Restauração de 1640. Mas gostava muito.
Também a nível interno a coisa está sempre sujeita aos preconceitos de quem a escreve: a do Rosas é marcadamente marxista, as do Saraiva e do Veríssimo Serrão (e, vá lá, a do Damião Peres) mais tradicionalmente reaccionárias. Do Mattoso dizem-me que não é carne nem peixe.
Por isso, caro Dupond, não basta pedir uma História de Portugal: é preciso que me digas como a queres, tal como aos bifes - bem ou mal passada?
Em Portugal Tudo É Porto-Benfica #1
Ontem almoçava um charmoso linguado num restaurante do Parque das Nações na companhia de um inglês, um espanhol e alguns portugueses locais - eu era o único tripeiro da mesa. E não, isto não é o início de uma daquelas anedotas do tipo "Bocage" - tão populares nos anos 70.
Invariavelmente a conversa passou pelo futebol, acabando nos temas fracturantes da regionalização que, na perspectiva dos naturais da capital, radicam sempre na dôr-de-corno provinciana dos portuenses (e faço aqui notar, mais uma vez, que alguns - bastantes - lisboetas chamam aos naturais do Porto "portistas" o que não deixa de ser sintomático de como qualquer discussão norte/sul fica automaticamente comprometida já pelo preconceito, já pela ignorância). Falou-se de ópera, das corridas da Red Bull, do novo aeroporto e da nova ponte. E das auto-estradas. E da Expo 98, das finais de futebol sejam da Taça sejam de campeonatos internacionais, do Rock in Rio, etc., etc.
O rol dos argumentos do costume não faltou: o número de habitantes, a capital, as oportunidades de negócio, o provincianismo, o Pinto da Costa, a choraminguice nortenha e o resto do arsenal habitual.
A mim, que sou 2/3 transmontano e 1/3 portuense (mas 100% portista), a discussão deprime-me. Mas não pude deixar de alinhavar algumas constatações:
- o que é, nos dias que correm, ser lisboeta ou portuense? Alfacinhas de gema ou tripeiros dos sete costados não deverão ser muitos. Na grande maioria trata-se de gente de fora que demandou as cidades maiores em busca de novas e melhores oportunidades. São transmontanos, beirões, alentejanos, madeirenses. Mas, como todos os convertidos, depressa se tornam os mais ferozes defensores da ortodoxia do local. Invocar o bairrismo, nestas discussões, é absurdo. É como o Liedson falar de 1640 para moralizar a selecção contra os espanhóis.
- A todos os que participam nessas discussões sobre onde deve a corrida de aviões ficar, ou os concertos do Parque Eduardo VII, ou do Cohen, convido a que vão viver uns anos para Castelo Branco, ou Bragança, ou na Guarda. Verão que a coisa toma outros matizes de cinzento.
- A questão do número de habitantes não pode ser argumento nem causa: é pelo contrário consequência das políticas erradas da distribuição das oportunidades (ou seja, dinheiro). Lisboa tem muitos habitantes porque quem quiser ter acesso tem de lá estar. O Porto, que vai tendo cada vez menos, vai mesmo assim congregando a rapaziada minhota e transmontana que não quer ficar a ver passar a vida como os seus avoengos, atrás de uma charrua. No que a Lisboa diz respeito é ainda pior, porque mesmo os do Porto sentem necessidade de para lá ir, se quiserem singrar. É por isso um argumento "pescadinha-de-rabo-na-boca": tudo se passa em Lisboa, que tem mais mercado porque tudo se passa em Lisboa.
- Porto e Lisboa não se conhecem. Há de facto várias diferenças culturais entre Lisboa e Porto, como também as há - e provavelmente maiores - entre transmontanos e algarvios, entre madeirenses e beirões, entre João Jardim e os humanos. Mas isso não torna nenhuns melhores do que os outros. Se todos fossem iguais seria uma sensaboria. O problema dos desequilíbrios entre Lisboa e o resto do país não é culpa de Lisboa: é culpa dos políticos, a maior parte deles de fora de Lisboa. O facto de residirem em Lisboa enquanto governo também não é culpa de Lisboa. Nem, neste caso específico e excepcional, de Santana Lopes, que os queria espalhados pelos sete ventos. Por outro lado, o Porto e o resto do país não têm culpa de que só possa haver uma capital.
- Em Lisboa constrói-se uma auto-estrada para evitar que se demore uma hora a chegar a casa ou ao trabalho, aliviando a vida das pessoas. No distrito de Bragança não há um quilómetro de auto-estrada e ninguém se importa que alguém possa levar mais de uma hora para chegar a um hospital, que as crianças demorem mais de uma hora para chegar a uma escola que fica a 40 quilómetros de distância da sua casa - e que por isso tenham que levantar-se com o galo. As grávidas têm que percorrer dezenas de quilómetros para parir porque não há, na terra delas, massa crítica para manter uma maternidade ou uma urgência abertas. Em Lisboa, no Porto, se uma escola fecha e as crianças têm que andar mais meia dúzia de quarteirões é o caos e o horror. Tendo massa crítica manifestam-se e as televisões interessam-se pelo assunto.
Resolveria a regionalização este estado coisas? Eu diria que sim. Mas depois olho para os deputados do queijo, os Jardins, os Macários, os Loureiros, as Felgueiras e restante pandilha e fico pensativo. Significa isso que tudo fique como está? Claro que não. Afinal, não há só Porto e Benfica.
Governo Electrónico
Foi o anúncio-bomba da semana: dito por Sócrates, Portugal é, entre os 27 da UE, o PRIMEIRO em "Governo electrónico". Nas filas do IEFP ouviu-se um sonoro e festivo: "Hurrah!". E desataram a correr para casa a ligar os Magalhães e a ligar-se ao portal do governo para os encher de nomes feios e vírus.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
A solução ao alcance da mão
"Ainda ninguém provou o produto, mas daqui a cinco anos poderá estar à venda nos supermercados carne artificial. Ou seja: carne criada em laboratório, não proveniente de nenhum animal morto. Os defensores dos direitos dos animais já vieram saudar os resultados da investigação. Resta saber se a carne é saborosa." (in Público de hoje)
E se não for...
(Ok! Do You Want Something Simple?, The Gift)
E se não for...
(Ok! Do You Want Something Simple?, The Gift)
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Eu, regionalista e primário, me confesso
O Jornal Público trazia hoje à estampa a seguinte notícia sobre a polémica à volta da mudança da Red Bull Air Race do Porto para Lisboa:
"Segundo uma fonte ligada ao processo de negociação com a Câmara de Lisboa, o modo "regionalista e primário" como as instituições do Porto estão a reagir à transferência da prova para Lisboa, incluindo o apelo ao boicote dos patrocinadores, poderá levar a empresa austríaca a desistir de realizar a prova em Portugal."
"Parece que, no Norte, as pessoas preferem ver a prova em Espanha do que em Lisboa", lamentou aquela fonte, de acordo com a qual a transferência da corrida aérea para a capital não implica qualquer acréscimo da comparticipação do Estado."
Ao longo do artigo são ainda acrescentadas algumas declarações de patrocinadores, e associações ligadas à hotelaria, turismo e comércio lamentando a mudança e a polémica, e até o habitualmente ponderado Rui Moreira mete a sua colherada considerando que a polémica gerada pode levar as empresas patrocinadoras a abandonarem a prova. "E aí nem vêm para Lisboa nem para o Porto. Vai-se acabar por estragar isto tudo e não faltam cidades na Europa interessadas", alertou Moreira, que exortou o Turismo de Portugal a prestar esclarecimentos sobre o caso. "Os patrocinadores são livres de fazerem o que entenderem, mas o que me interessa mais é a questão dos dinheiros públicos", disse.
Vamos por partes. Como consumidor declaro desde já que não sou parte interessada. Nunca bebi Red Bull e não tenho o mínimo interesse em corridas motorizadas sobre a terra, sobre o mar ou pelo ar. Logo, é-me completamente indiferente que a famosa Red Bull Air Race se dispute no Porto, Faro, Baixa da Banheira ou Vladivostoque. Do que não gosto é que me tomem por estúpido. É uma coisa que me chateia, como diria o Almirante Pinheiro de Azevedo.
Não sei qual é a fonte ligada ao processo de negociação com a Câmara de Lisboa, que serviu de base ao artigo em causa, mas ao lamentar a preferência das pessoas do Norte por Espanha, apenas demonstra a forma provinciana e serôdia como Lisboa olha para o resto do país.
É óbvio que as pessoas do Norte preferem ver a prova em Espanha que em Lisboa. Porquê? Porque é mais perto ir a Vigo que ao estuário do Tejo. Obviamente que se for em Barcelona a conversa será outra. É muito vulgar ouvir, em debates televisivos, os inteligentes da capital argumentarem com o tamanho do país para contrariarem a descentralização de serviços ou pretensões regionalistas de outras zonas geográficas. Façamos um pequeno desenho.
No dia 19 de Julho de 2008 fui com a minha senhora ver o Leonard Cohen a Lisboa. Em primeiro lugar tive de arranjar quem ficasse com o meu filho de 7 anos durante 2 dias. Depois paguei € 35,00 por bilhete, mais 2 bilhetes para o Alfa (em 2ª classe), mais o jantarzito. Por sorte e por gentileza de um bom amigo não tive de gastar dinheiro num quarto, senão a coisa era um bocado pior.
O meu amigo, portuense exilado em Lisboa em virtude das oportunidades de trabalho (outro assunto que nos levaria longe), deixou a filha em casa de uma irmã, durante 3 horitas, saiu para o concerto com meia hora de antecedência, e apenas gastou uns cobres num jantar para disfrutar da nossa boa companhia por mais algum tempo. Ou seja, para ver um concerto de 2 horas e meia, o meu amigo gastou quatro horas do seu tempo, eu gastei um dia inteiro. Fora o resto.
Este ano, o senhor Leonard Cohen voltou. E muito eu gostaria de o rever. Mas não pode ser porque as coisas estão apertadas e mais uma ida à bela Lisboa ficaria fora de orçamento. Dirão vocês, és um pelintra e só dás exemplos de coisas perfeitamente dispensáveis. Digo eu, é verdade, mas há muita gente ainda mais pelintra do que eu e que tem de fazer deslocações a Lisboa mais amiúde por assuntos bem mais importantes. E inadiáveis. E não têm alternativa.
Defender a concentração de serviços, espectáculos, actividades culturais, ou caça aos gambuzinos em Lisboa, é prestar um mau serviço ao país e tratar o resto dos portugueses como cidadãos de segunda. E podem argumentar falaciosamente com a soberana vontade dos promotores. O problema é que desde os tempso áureos do consulado do dr. Cavaco em meados dos anos 80, que esta visão microcéfala do país tem vindo a ser imposta a quem tem o azar de viver longe da capital. Mas não muito longe. Todos sabemos que, para quem faz pela vidinha á volta do Terreiro do Paço, as distâncias a percorrer pelos seus compatriotas são sempre muito pequeninas.
É uma chatice. Para quem mora longe da capital, quero eu dizer.
(Aeroplane, Red Hot Chili Peppers)
"Segundo uma fonte ligada ao processo de negociação com a Câmara de Lisboa, o modo "regionalista e primário" como as instituições do Porto estão a reagir à transferência da prova para Lisboa, incluindo o apelo ao boicote dos patrocinadores, poderá levar a empresa austríaca a desistir de realizar a prova em Portugal."
"Parece que, no Norte, as pessoas preferem ver a prova em Espanha do que em Lisboa", lamentou aquela fonte, de acordo com a qual a transferência da corrida aérea para a capital não implica qualquer acréscimo da comparticipação do Estado."
Ao longo do artigo são ainda acrescentadas algumas declarações de patrocinadores, e associações ligadas à hotelaria, turismo e comércio lamentando a mudança e a polémica, e até o habitualmente ponderado Rui Moreira mete a sua colherada considerando que a polémica gerada pode levar as empresas patrocinadoras a abandonarem a prova. "E aí nem vêm para Lisboa nem para o Porto. Vai-se acabar por estragar isto tudo e não faltam cidades na Europa interessadas", alertou Moreira, que exortou o Turismo de Portugal a prestar esclarecimentos sobre o caso. "Os patrocinadores são livres de fazerem o que entenderem, mas o que me interessa mais é a questão dos dinheiros públicos", disse.
Vamos por partes. Como consumidor declaro desde já que não sou parte interessada. Nunca bebi Red Bull e não tenho o mínimo interesse em corridas motorizadas sobre a terra, sobre o mar ou pelo ar. Logo, é-me completamente indiferente que a famosa Red Bull Air Race se dispute no Porto, Faro, Baixa da Banheira ou Vladivostoque. Do que não gosto é que me tomem por estúpido. É uma coisa que me chateia, como diria o Almirante Pinheiro de Azevedo.
Não sei qual é a fonte ligada ao processo de negociação com a Câmara de Lisboa, que serviu de base ao artigo em causa, mas ao lamentar a preferência das pessoas do Norte por Espanha, apenas demonstra a forma provinciana e serôdia como Lisboa olha para o resto do país.
É óbvio que as pessoas do Norte preferem ver a prova em Espanha que em Lisboa. Porquê? Porque é mais perto ir a Vigo que ao estuário do Tejo. Obviamente que se for em Barcelona a conversa será outra. É muito vulgar ouvir, em debates televisivos, os inteligentes da capital argumentarem com o tamanho do país para contrariarem a descentralização de serviços ou pretensões regionalistas de outras zonas geográficas. Façamos um pequeno desenho.
No dia 19 de Julho de 2008 fui com a minha senhora ver o Leonard Cohen a Lisboa. Em primeiro lugar tive de arranjar quem ficasse com o meu filho de 7 anos durante 2 dias. Depois paguei € 35,00 por bilhete, mais 2 bilhetes para o Alfa (em 2ª classe), mais o jantarzito. Por sorte e por gentileza de um bom amigo não tive de gastar dinheiro num quarto, senão a coisa era um bocado pior.
O meu amigo, portuense exilado em Lisboa em virtude das oportunidades de trabalho (outro assunto que nos levaria longe), deixou a filha em casa de uma irmã, durante 3 horitas, saiu para o concerto com meia hora de antecedência, e apenas gastou uns cobres num jantar para disfrutar da nossa boa companhia por mais algum tempo. Ou seja, para ver um concerto de 2 horas e meia, o meu amigo gastou quatro horas do seu tempo, eu gastei um dia inteiro. Fora o resto.
Este ano, o senhor Leonard Cohen voltou. E muito eu gostaria de o rever. Mas não pode ser porque as coisas estão apertadas e mais uma ida à bela Lisboa ficaria fora de orçamento. Dirão vocês, és um pelintra e só dás exemplos de coisas perfeitamente dispensáveis. Digo eu, é verdade, mas há muita gente ainda mais pelintra do que eu e que tem de fazer deslocações a Lisboa mais amiúde por assuntos bem mais importantes. E inadiáveis. E não têm alternativa.
Defender a concentração de serviços, espectáculos, actividades culturais, ou caça aos gambuzinos em Lisboa, é prestar um mau serviço ao país e tratar o resto dos portugueses como cidadãos de segunda. E podem argumentar falaciosamente com a soberana vontade dos promotores. O problema é que desde os tempso áureos do consulado do dr. Cavaco em meados dos anos 80, que esta visão microcéfala do país tem vindo a ser imposta a quem tem o azar de viver longe da capital. Mas não muito longe. Todos sabemos que, para quem faz pela vidinha á volta do Terreiro do Paço, as distâncias a percorrer pelos seus compatriotas são sempre muito pequeninas.
É uma chatice. Para quem mora longe da capital, quero eu dizer.
(Aeroplane, Red Hot Chili Peppers)
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
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