Trinta a trinta e cinco minutos. É o tempo que demoro, todas as manhãs, a deslocar-me de casa ao escritório passando pelo colégio do meu filho. Nada mau, para quem mora na Maia e trabalha na Avenida da Boavista.
Invariavelmente faço o trajecto a ouvir a Antena 1. Vários amigos tentam convencer-me a mudar para a TSF (demasiados spots publicitários), para as nacionais RFM ou Antena 3, ou para as locais Nova ou Nova Era, mas o problema é o mesmo. Os animadores matinais são insuportáveis e a música é uma merda. Desde que a XFM se foi que mantenho alguma fidelidade à Antena 1. Gosto de ouvir as notícias, acho graça à descoberta do novo mundo por parte do meu filho, e acho injusto impôr os Sonic Youth ou os My Bloody Valentine, logo pela manhã, à minha senhora. O divórcio era uma possibilidade a considerar e a vida não está para isso.
Infelizmente nem tudo são rosas. No meio das notícias dos engarrafamentos na segunda circular, da leitura das capas dos jornais, das entrevistas aos empresários sobre a venda do Di Maria para o Real Madrid por 50 milhões de euros, dos chumbos do tribunal de contas, das escutas ao Armando Vara, e das epístolas do Bagão Félix, sobram sempre uns cinco minutinhos, ali por volta das 8h50, para o DJ de serviço mostrar que é um rapaz modernaço e dar música aos ouvintes.
Por norma, a essa hora já estou no escritório. Infelizmente, esta semana não fui tão rápido como devia. E apanhei com dois mísseis termonucleares em cima, numa situação deveras penosa que, eventualmente estará abrangida pela Convenção de Genebra. Por via das dúvidas, e a partir de hoje, vou passar a denunciar neste local todas as sevícias diárias causadas pelo programa matinal da Antena 1 aos seus fiéis ouvintes. Ingratos.
Terça-feira, 15 de Dezembro: I Don't Wanna Fight, Tina Turner (nível de danos morais causados, de 1 a 5, 5)
Quarta-Feira, 16 de Dezembro: Heaven, Brian Adams (danos de nível 5)
Por este andar, tudo aponta para amanhã levar com a versão do Downtown Train, do Rod Stewart...
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