Os pensamentos iluminados de duas mentes brilhantes escorrem pelas páginas deste coiso.
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
As Suspeitas do Sr. Whicher, de Kate Summerscale
Em finais de Junho de 1860, o pequeno Francis Saville Kent, de quatro anos de idade, desaparece durante a noite e o seu corpo é mais tarde encontrado numa latrina contígua à casa da família. A polícia local é chamada a investigar o caso e reúne provas que levam à acusação da ama. Devido à fragilidade das provas apresentadas, à pressão da imprensa e ao horror do acto em si, é chamado à investigação um dos mais destacado detectives da força especial da Scotland Yard, Jack Whicher. Este livro é o relato dessa investigação.
Se estão à espera de um romance policial tradicional, tirem o cavalinho da chuva. Apesar de partilhar cenários com as aventuras de Sherlock Holmes, as coincidências terminam aí. Não há relatos de feitos assombrosos, lutas e tiros, vilões maquiavélicos e conspirações diabólicas. Este livro limita-se a relatar toda a investigação e fase de processo de uma forma fria e detalhada, onde não existem personagens principais e secundários.
Algumas curiosidades: a Scotland Yard não é apresentada como uma organização de mentecaptos, tão ao gosto de Conan Doyle. Pelo contrário, na década de 40 já apresentava no seu seio um departamento de investigação criminal, composto por 8 elementos, considerados à época a élite das forças da lei. Esses detectives utilizavam já, de forma bastante incisiva, os meios forenses disponíveis como base da sua investigação. Outro ponto assinalável é a actuação da imprensa em toda o processo, a forma como teorizava sobre a mesma, como servia de veículo a teorias dos leitores que se permitiam acusar terceiros sem qualquer pudor, bem como servir de veículo de transmissão das conclusões que iam sendo apresentadas aos jornais pelos próprios detectives responsáveis pela investigação criminal.
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