segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Uma Questão de Carácter, de Rui Moreira

Aproveito uma pausa na leitura da saga da Millennium para me dedicar a assuntos mais sérios. Uma visão crua, uma escrita pura e dura. A rasgar como diria o outro. Curiosamente numa altura em que a AEP anuncia a sua subaltenização à AIP lisboeta como medida fundamental para a sua sobrevivência.

"...O problema é que, ao contrário do que acontece em outros países, em Portugal exige-se sempre que todos estes instrumentos se instalem na capital.

Criou-se, assim, uma nomenklatura. Por cada nova agência, ou instituto que aparece, criam-se dezenas de novos empregos qualificados envolvendo imensas "cunhas", articulam-se regalias e mordomias que incluem secretárias chiques da "linha" e automóveis de luxo, aproveita-se a dança das cadeiras para alargar os directórios, acertam-se "tachos" para agradar a gregos e troianos e culmina-se o processo com a contratação das indispensáveis assessorias de escritórios de advogados."

" Ora, se a Região Norte concentra 35,4% da população activa, como é possível que beneficie de apenas 10,4% do emprego gerado pelos projectos PIN (Projectos de Interesse Nacional)? Como se compreende que, nesta região, e de acordo com os dados da AICEPN, os projectos PIN proporcionem 2,7 postos de trabalho por cada 1000 activos, quando nas outras regiões do continente português geram 57,1 no Alentejo, 35,4 no Algarve, 8,4 em Lisboa e Vale do Tejo, e 3,2 no Centro? Como é possível que 58,6% dos projectos PIN se concentrem nas regiões a sul do Tejo onde reside, apenas 11,2% da população?"

(Hit The North Part 1, The Fall)

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