Mais umas férias, mais quinze dias passados em warp 9. Para variar, fui tostar as carnes para o Algarve que, à parte o tempo maravilhoso com temperaturas não superiores a 30ºC - como convém -, continua a não convencer-me como destino de férias, bem pelo contrário.
A verdade é que o Algarve é uma chatice. Todas as pessoas que conheço sabem de uma praia especial, sem vento e permanentemente às moscas, mas eu tenho o dom de só topar com as que de tão cheias parecem mais o festival sudoeste do que um areal onde se possa estender uma toalha - além de que a luta por um espaço de nada traz ao de cima a ferocidade dos demais veraneantes, que defendem cada metro quadrado como o alcaide de Faria.
Inevitavelmente todos conhecem igualmente um restaurantezinho maravilhoso, onde a comida é digna do El Bulli e o atendimento levado a cabo por piedosos franciscanos ou então por ex-candidatas a miss mundo desnudas. Onde eles se localizem - ninguém me sabe dizer.
Vem tudo isto a propósito de uma noite em que a família quis petiscar um frango na Guia, cansados que estavam do peixe a preço de beluga e da qualidade de Gourmet gatinho. Na primeira casa que se nos afigurou com um aspecto asseado e razoável, estacionamos e entramos. A casa estava cheia. Dirigi-me a um criado que se encontrava por detrás de um balcão logo à entrada e, com bons modos, perguntei-lhe quanto tempo de espera estimava ele até haver uma mesa disponível. A resposta foi: «Não sei se demora muito ou pouco, a casa está cheia, se quiser espere». Claro que não esperei e procurei outro sítio. Mentalmente amaldiçoei-me por não ter voltado este ano para Menorca, onde o tempo também é bom, a água quente e as pessoas simpáticas.
Doravante, cada vez que ouvir um «profissional de turismo» do Algarve queixar-se da crise, abro uma garrafa de champanhe e festejo como se do Penta se tratasse.
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