quarta-feira, 19 de agosto de 2009

A vida é como os interruptores (1ª parte)


A minha sala tem 2 conjuntos de interruptores. Um, o que se pode ver na foto, com quatro interruptores, outro, o que não se pode ver na foto, com três interruptores. O interruptor do canto superior direito (do conjunto da foto) cai quando alguém lhe toca, o interruptor do canto inferior direito (do conjunto que não está na foto) está encravado, é necessário enfiar uma patilha entre o de cima e o de baixo para ele funcionar. Às vezes.

Esta situação durava há vários anos. Durava, disse bem. Não dura mais porque chega a altura na vida de alguns homens em que é necessário dizer basta. Dizer basta e chamar o electricista, o canalizador, o pintor, seja quem for que perceba do assunto, nos sugue até ao tutano e, após se atrasar para os compromissos que ele próprio marcou, deixe o assunto resolvido. De forma profissional e competente.

Outros, menos avisados, dizem basta e resolvem o assunto pelas próprias mãos. Big mistake, a menos que nos chamemos Clint Eastwood, o que não é o meu caso. O que vos vou contar a seguir é completamente verídico. Como tal, desaconselho vivamente a que tentem repeti-lo em casa.

Num belo Sábado à tarde, no calor tórrido do Verão portuense, saí de casa em direcção ao AKI. Bom sítio para passar a tarde. Objectivo: comprar 3 conjuntos de 2 interruptores, 1 interruptor simples e 2 molduras que enquadrassem os referidos objectos. O trânsito quase nulo e a facilidade de estacionamento levaram-me a acreditar que a aventura seria rápida. Que tanso...

Entrei no AKI pela porta da direita (a da esquerda é para sair) e em 15 segundos localizei a zona dos interruptores. Primeiro problema, os interruptores, ao contrário dos pandas, não se encontram em extinção. E são muitos. E de muitas variedades. Gamas, como lhes chamam os entendidos.

2 minutos depois corria alegremente em direcção às caixas com o material na mão. Tinha resolvido o assunto em menos de 10 minutos. A fila tinha 3 pessoas. Coisa pouca. Paguei, dirigi-me ao carro e preparei-me para fazer a viagem de regresso. Nesse momento, a minha mulher chamou-me a atenção para o facto do preço de 2 dos interruptores duplos ser diferente do terceiro. As mulheres são seres perversos.

Desliguei o carro, voltei a entrar pela porta da direita e dirigi-me ao balcão das informações. A menina de serviço explicou-me, com toda a paciência, que os preços diferiam porque diziam respeito a gamas diferentes. E chamou o colega da secção de electricidade para fazer ouvir a voz de um especialista. O colega disse que sim senhor, algo estava errado visto eu ter na minha posse 2 conjuntos de interruptores para escadas e outros dois para sala. E nós não queríamos isso, pois não? O especialista dirigiu-se à secção respectiva e voltou com o material correcto. Agradeci e fiz a troca do material e respectivo ajuste do pagamento. Voltei para o carro, e regressei a casa.

(Electricity, Orchestral Manoeuvres In The Dark)

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