sábado, 21 de novembro de 2009

Addenda a "O Henry É Batoteiro"



Há em França um homem que me incomoda visceralmente. Aquele tipo de pessoa que nos desperta instintos assassinos mal lhe vemos as ventas na televisão ou nos jornais. O tipo de gente que mereceria estar nos locais de passagem de tufões e tornados, barrado com o vírus do ébola, perdido algures entre o Paquistão e o Afeganistão, em terras onde todos os homens usam barbas cerradas, envergando o asno uma t-shirt a dizer "Gosto pela manhã de papar um talibã".

Dele disse Cantona ser o pior treinador francês desde Luis XVI. A mim irrita-me quando o Cantona, decerto por força do programa de reabilitação anti-violência em curso, dá uma de simpático.

Que o Henry venha demonstrar arrependimento pelo que fez, fica-lhe bem, ainda que não limpe a batota - quando muito atenua-a um poucochinho.

Agora que o Domenech venha dizer que de nada tem que pedir desculpa porque quem meteu água foi o árbitro e o sucedido deve ser visto como uma contingência normal do jogo, dá vontade ao mais pacifista dos nobéis (nobéles?) da paz de montar uma mina anti-pessoal na sanita do energúmeno, daquelas que ao armarem saltam primeiro e só depois explodem.

Que diria o troglodita, e já agora toda a França, se a coisa se tivesse passado ao contrário? Que nojo!

Atribuir as culpas ao árbitro por não ter visto, é como absolver o homicida, condenando a prisão perpétua o polícia que, estando presente no local do crime, não viu porque estava a apertar os sapatos.

A cada dia que passa as semelhanças entre o wrestling e o futebol aumentam: é um jogo de faz-de-conta, cheio de batota e bazófia. Perguntem a qualquer benfiquista se não acha que o "nick" do Artur Jorge deveria ser o "Undertaker", ou a qualquer defesa adversário do FCP se o Hulk não deveria abandonar a Liga Sagres e passar para a WWE.


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