Os pensamentos iluminados de duas mentes brilhantes escorrem pelas páginas deste coiso.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
What's Up, Doc?
Em primeiro lugar, quero deixar bem claro que não tenho a mínima pachorra para séries passadas em hospitais, com montes de pessoal a brincar aos médicos, cheios de problema existenciais e dramas pungentes. À excepção de uma ou duas temporadas de E.R., ao tempo da Julianna Margulies e do George Clooney. E por favor, não me venham falar da Anatomia de Grey...
Quem me falou pela primeira vez de House foi o patusco do Dupond. O personagem era fantástico, os diálogos do outro mundo e etc e tal. Obviamente desconfiei. As suas recomendações costumam ser irrepreensíveis no que toca aos livros, mas neste caso achei que me estava a enfiar um valente garruço à conta de ter torrado umas boas dezenas de euros nas 3 primeiras temporadas da dita série.
Algumas semanas depois, e farto de aturar os encómios do costume sempre que qualquer série vinha à baila, e como não havia novas temporadas dos Sopranos ou The Wire para ver, lá lhe cravei a primeira temporada. E, verdade seja dita, gostei.
House não é uma série sobre médicos ou hospitais. Acontece o personagem principal ser um médico e trabalhar num hospital. Podia bem ser um canalizador. House é um policial, um whodunnit á boa maneira de Hitchcock, onde o detective (House) é confrontado com um crime (uma qualquer patologia esquisita), cometido por um vilão (um vírus com hábitos pouco sociais) sobre uma pobr vítima (o doente). E depois há o personagem. Um absoluto desprezo pelos doentes e outros médicos, e basicamente por todos aqueles que não conseguem ser um desafio para a sua mente brilhante.
Motivos que me escapam levaram a que a 5ª temporada (a mais fraquita da série) terminasse com House internado num hospital psiquiátrico, com o objectivo de se ver livre da dependência do Vicodin e, acima de tudo, encontrar uma resposta para os seus hábitos anti-sociais que afastam todos aqueles que se tentam relacionar com o médico.
Os 2 primeiros episódios da 6ª temporada são os mais estranhos de sempre. House está internado, passa por um processo de adaptação a uma nova realidade, apaixona-se (ou assim parece) e, no final do 2º episódio abandona o hospital para voltar à sua actividade profissional. O que se segue é, para já, uma incógnita. Vai House ter uma recaída e voltar ao Vicodin e aos seus demónios ou vamos assistir ao nascimento de um House politicamente correcto, aos beijinhos e abraços com Wilson e Cuddy? Ou vamos assistir a uma Terceira Via televisiva? O futuro da série (no que toca ao número de episódios a que tenciono assistir) será em breve decidido.
(Dr. Abernathy, Scritti Politti)
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