quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Sleeper Cell



Sleeper Cell é uma série de 2 temporadas que pode ser vista no canal FX. A primeira temporada é curta (10 episódios) e retrata a preparação de um atentado ao estádio dos L.A. Dodgers por uma célula terrorista da Al-Qaeda, infiltrada por um agente do FBI. Se optarem por ver esta série, aconselho vivamente que fiquem por aqui.

A segunda temporada é composta por 8 episódios, o que significa que são 8 episódios a mais do que deveria ter. A ideia que dá é que, a meio da produção, o dinheiro acabou e o número de episódios teve de ser diminuído. E, de repente, os acontecimentos precipitam-se a um ritmo vertiginoso à semelhança de um 24. O que não seria mau só por si se até aí todas as operações não tivessem sido preparadas de uma forma meticulosa e com mil cuidados. De repente, basta a um qualquer personagem estalar os dedos para as coisas acontecerem.

A segunda temporada começa mal. A boazona da agente de ligação com o inflitrado Dwyght é capturada e morta por um comando feminino de extremistas islâmicas vestidas com umas belas burkas Yves Saint-Laurent (se fosse ao contrário, os comandos seriam louras em top-less com gigantescos implantes mamários...). Em sua substituição entra em cena um novo agente de ligação balofo, de queixos quadrados e com o carisma de um busto de Napoleão. Rapidamente se percebe que este elemento entrou para o FBI após ter chumbado no exame do 9ºano do ensino recorrente e com uma grande cunha de um tio bem colocado na cadeia de comando do FBI. Ou seja, o grau de exigência para a captação de agentes para o FBI é semelhante ao da angariação de estagiários para o atendimento ao público do Canil de Salvaterra de Magos. A única consequência positiva da entrada em cena deste agente é que a chantagem que ele faz sobre a sopeira que aquece os pés ao agente Dwyght leva ao seu desaparecimento pouco prematuro no penúltimo episódio, às mãos dos malandros extremistas.

A luta final entre o bem e o mal, parece ter sido filmada numa aldeia de pescadores da Costa da Caparica, com uma encenação retirada de um duelo à moda do velho oeste, em que um veterano agente do FBI não consegue acertar uma rajada de metralhadora num elefante num corredor e vê-se obrigado a brincar aos polícias e ladrões com um Bin Laden de opereta, manco, e armado com uma Glockezita da treta. E falha.

Mas o mais irritante no meio de tudo, e que já acontecia na primeira temporada, é a quantidade de alamsalamaleicums e salamaleicumalams que saem pela boca fora dos personagens, bem como a expressão "que a paz esteja com ele" sempre que se referem ao Profeta. Pode ser muito interessante para tornar os diálogos verosímeis, mas para o espectador comum é tão estimulante como o "e esta hem?" do Fernando Pessa.

(Television, Drug of a Nation, Disposable Heroes of Hiphoprisy)

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